Inteligência artificial e seus potenciais desdobramentos na indústria dos games

Nesse post, vamos falar um pouco sobre a importância da Inteligência Artificial (IA) na indústria de jogos. Como Togelius (2024) destaca, a IA está cada vez mais presente no nosso dia a dia, e os jogos, como elementos proeminentes da indústria tecnológica, não são exceção. Embora o autor reconheça que alguns sistemas de IA recentes apresentam um certo grau de generalização, a maioria ainda é altamente especializada: eles só conseguem realizar uma única tarefa dentro de um contexto específico. Por exemplo, um corretor ortográfico não consegue fazer cálculos matemáticos, e o melhor programa de xadrez do mundo não consegue jogar Tetris.

Como Togelius (2019) também diz, os avanços recentes na Inteligência Artificial melhoraram significativamente nossas capacidades, especialmente no campo do desenvolvimento de jogos. À medida que continuamos a explorar e refinar essas técnicas, suas aplicações potenciais nos jogos vão muito além do papel tradicional de fornecer oponentes habilidosos. É fundamental que adaptemos nossas metodologias de design de jogos para aproveitar todo o potencial dos algoritmos avançados de IA e entender como usar a IA generativa para nos ajudar a criar melhores práticas de desenvolvimento de games.

Portanto, a Inteligência Artificial tem sido uma companheira constante na evolução dos videogames, moldando a maneira como interagimos com mundos virtuais. Desde o início, a IA nos jogos buscou simular comportamentos inteligentes em personagens não-jogadores (NPCs), tornando as experiências de jogo mais imersivas e desafiadoras. De acordo com Millington (2009), as primeiras etapas da IA nos jogos eram modestas, com algoritmos simples determinando padrões básicos de movimento e reações dos NPCs. No entanto, à medida que a tecnologia avançou, as possibilidades também aumentaram. Hoje, a IA nos jogos é capaz de gerar comportamentos complexos e adaptativos, tornando os NPCs mais realistas e desafiadores.

Com base nas ideias de Togelius e Millington, é importante observar a evolução das técnicas que permitem o uso da Inteligência Artificial nas últimas décadas. Comparando 1962, quando estudantes do MIT interagiram com o protótipo do jogo Space War em uma tela estática com comandos de entrada mínimos, com 2017 e o jogo Echo, onde os inimigos aprendem com os padrões de combate do jogador e se tornam cada vez mais perigosos e imprevisíveis, destaca essa progressão dramática. Desde 2017, os avanços não pararam e, a cada ano, somos surpreendidos por um novo uso da IA nos jogos.

Em outras palavras, quando consideramos a aplicação de IA nos jogos, não estamos apenas pensando no desenvolvimento de adversários mais eficientes que aprendem com o comportamento do jogador ou em ambientes que se adaptam aos desafios específicos que um jogador busca. As ferramentas de IA podem ser fundamentais nos processos de brainstorming e no estabelecimento dos pilares fundamentais da criação de jogos.

Particularmente para estúdios e produtores de pequeno porte com recursos limitados, o acesso a ferramentas de IA generativa pode ser um poderoso aliado para facilitar o desenvolvimento de novos produtos.