Processo seletivo: Entrevista com recém contratados

Foi feito uma entrevista com dois alunos da ESPM do curso de Sistemas de Informação, que foram contratados recentemente como estagiários. Participaram de vários processos seletivos e contaram um pouco dessa vivência.

Na opinião de vocês, qual a etapa mais difícil em um processo seletivo?

Keno: No meu caso, sempre achei que os testes eram os mais difíceis, pois geralmente eles são muito longos e cansativos, principalmente aqueles em que você não pode escolher a hora de fazer. Outra possível etapa difícil é a entrevista em grupo, estas entrevistas difíceis por serem chatas. Na minha opinião, esse tipo de entrevista não agrega muito aos participantes e reflete em um processo não muito saudável, onde a empresa provavelmente está buscando alguém que se adeque mais aos “padrões” dela, e não de fato encontrar o melhor candidato para a vaga.

Mariana: Na minha opinião, a etapa mais difícil para mim é a entrevista gravada, em que a empresa manda algumas perguntas e os participantes têm que gravar um vídeo respondendo elas. Muitos devem achar mais fácil por não ter a pressão de uma pessoa te entrevistando, mas para mim não é. Não estar interagindo com uma pessoa acaba se tornando algo mais difícil. Quando o entrevistador está presente, consigo falar sobre o assunto melhor e conversar. Quando tenho que falar com uma câmera, não consigo mostrar como realmente sou.

Vocês tiveram que fazer vários testes, de lógica, de português, inglês, pessoal etc. Eles eram muito difíceis e cansativos?

Keno: Sim, é uma realidade. Existem muitas empresas renomadas e grandes que acabam recebendo muitas aplicações para suas vagas, fazendo com que esses testes sejam uma boa forma de filtrar os participantes. Eu fiz vários testes assim, mas confesso que dei prioridade apenas as empresas em que eu realmente trabalharia, o que também é algo que motiva o candidato. Já cheguei a desistir de vagas em empresas muito legais por conta dessa infinidade de testes.

Mariana: Até fiz alguns difíceis, mas outros bem fáceis e muitos eram repetidos. Havia alguns que o problema maior era o tempo. Lembro de um que tive que ler a pergunta, pensar e responder em 15 segundos. Mas também fiz alguns que eram bem longos e cansativos. Eu escolhia um dia para fazer todos os testes de uma vez, porque senão eu sentia preguiça de fazer depois.

Vocês fizeram várias entrevistas. Notaram algum padrão de perguntas? E como vocês foram na sua primeira entrevista?

Keno: Eu costumo falar muito para amigos e familiares que analisar o RH de uma empresa é fundamental. Fiz várias entrevistas durante o 4º semestre da faculdade e notei que empresas com uma área de recursos humanos carente fazem entrevistas vazias, com aquelas perguntas padrões que ninguém sabe o que responder, como “O que perderíamos caso não te contratássemos?”. Já houve casos em que o entrevistador nem mostrava o rosto. São pequenos detalhes que, para mim, serviram de parâmetro posteriormente. As entrevistas mais legais são aquelas em que você sente que a pessoa quer te conhecer, e não aquelas em que esperam que você seja tal pessoa. Essa diferença é chave para quem está começando agora.

Na minha primeira entrevista, eu fui mal, pois eu não soube me comportar em uma entrevista na qual, claramente, a entrevistadora não queria me conhecer, mas sim me encaixar no que talvez seria ideal para ela ou para empresa. No fundo, foi muito bom isso ter acontecido na primeira entrevista, pois assim eu soube como separar empresas e ir para aquelas que de fato considerava melhores.

Mariana: É possível perceber um padrão nas perguntas, principalmente do pessoal do RH. A maioria delas são: Quais são seus pontos fortes e fracos? Como você lida com trabalho em equipe? Onde você se vê em cinco anos? Me conte sobre você ou conte alguma situação que você aplicou liderança ou lidou com um desafio.

Em relação a minha primeira entrevista, eu fui consideravelmente bem. Tinha pesquisado bastante sobre a empresa e por perguntas comuns de entrevista. Por isso, estava bem preparada e, inclusive, passei para a próxima fase do processo seletivo que estava participando.

E na primeira dinâmica em grupo? Vocês acham que se destacaram diante aos outros candidatos?

Keno: Eu não participei de dinâmicas em grupo.

Mariana: Eu imagino que sim. Participei de três dinâmicas em grupo e nas três consegui a vaga. Sempre fui bem participativa, tentei ajudar a equipe, dar minha opinião, escutar os outros e propor ideias inovadoras para resolver o problema.

Em algum momento vocês se desmotivaram por receber muitos nãos?

Keno: Não. O que mais vai acontecer é isso, o importante é sempre levar os processos seletivos como uma aprendizagem, pois mesmo se não for um bom processo, você acaba sabendo usar aquilo como filtro para futuras tentativas. É muito normal receber vários “nãos”, até porque, em muitos casos, a empresa nem vai ter te visto e mandarão um e-mail automático dizendo que você não passou. Portanto, use cada processo como uma bagagem a mais para os próximos.

Mariana: Com certeza. Eu fiquei de agosto a novembro participando de diversos processos seletivos. Até outubro já tinha recebido vários nãos e me dava mal nas entrevistas gravadas. Então, quando tinha um processo seletivo que tinha essa etapa, nem tinha mais esperanças. Foi em novembro que eu comecei a ir bem nas seleções.

Passaram em muitas vagas? Quais critérios utilizaram para escolher a qual está hoje?

Keno: Sim, passei em ótimas vagas em excelentes empresas com uma área de recursos humanos fantástica, exatamente como eu queria. Os critérios de empresa eu fui escolhendo ao longo do caminho, todas as empresas nas quais passei são lugares onde eu trabalharia, lugares que me passaram uma confiança depois de processos seletivos muito agradáveis. Mas, no fundo, acabei pesando mais na vaga em si, deixei de lado o salário e optei por estar na área de atuação que eu mais me sentia com vontade de estar e, também, a empresa que possivelmente abriria muitas portas no futuro, tanto no sentido de crescimento profissional, quanto no sentido de poder conviver e atuar com pessoas de todo o mundo.

Mariana: Sim, acabei passando em três vagas de empresas muito boas. Mas como cada vaga que eu passei era para áreas diferentes (infraestrutura, front-end e QA), acabei optando pela qual eu mais gostava.

Se vocês pudessem dar um conselho para quem está começando a procurar estágio ou que esteja participando de processos seletivos, qual seria?

Keno: Recentemente eu e a Mari fizemos um guia de como lidar com processos seletivos. Veja como se dar bem em todas as etapas acessando o POST.

Por Marcelo Lima e Mariana Serrão

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