Dos RPGs para a Robótica, o robô Slime

Por Frederico Braga

No dia 1 de Abril de 2022, a revista de ciência New Scientist enviou um vídeo em seu canal de Youtube que é difícil de se acreditar, especialmente dando conta o significado da data em si.

Trata-se de um robô magnético composto de álcool polivinílico, bórax e partículas de ímã de neodímio, cuja aparência e comportamento acabam se parecendo muito com os monstros dos jogos de RPG do mesmo nome. Mas essa invenção é muito mais real do que fantástica, e está atualmente sendo desenvolvida pela Universidade Chinesa de Hong Kong para realizar tarefas como reparar circuitos, agarrar objetos e talvez – um dia – ser capaz de operar dentro do próprio corpo humano.

O robô em si também não faz uso de partes mecânicas, ele é controlado a partir de um campo magnético externo que os cientistas usam para mantê-lo unido, movê-lo e fazer com que se ajuste novamente caso seja despedaçado. Sua forma flexível e maleável é parte do que o torna uma grande possibilidade da indústria de saúde, com seus criadores planejando que um dia seja capaz de entrar no corpo humano, identificar e então remover objetos estranhos e prejudiciais. No entanto, esse futuro só será possível quando o time por trás do robô descobrir como proteger o interior do corpo humano e evitar que o “slime” deixe resíduos por onde passar – devido à natureza tóxica de seus materiais.

No momento, essa “criatura” já é capaz de agarrar objetos ao se envolver ao redor deles com seu corpo extremamente adaptável, e o feito de consertar circuitos é realizável na medida em que é condutor de eletricidade e pode criar o contato entre as duas extremidades separadas.

Em uma nota mais divertida, o robô foi nomeado de “Flubber” nas redes sociais após sua primeira aparição – nome inspirado na invenção slime do filme de mesmo nome: “Flubber – A Invenção Desmiolada” da Disney.